O CPJ (Comitê para a Proteção dos Jornalistas) informou que pelo menos 53 jornalistas e trabalhadores da comunicação foram mortos nos ataques em curso feitos por Israel a Gaza. Desse total, quarenta e seis eram palestinos, quatro israelenses e três libaneses. Outros trinta e dois profissionais foram presos ou feridos.
O informe mostra novembro como o mês mais mortal para os jornalistas que cobrem o conflito desde que o grupo de comunicação social começou a registrar dados há mais de trinta anos, em 1992. Foram 17 mortes confirmadas desde o início do mês que marca o último 18 de novembro como o segundo dia com mais baixas.
O Comitê também apura relatos de ataques cibernéticos, agressões físicas e outras formas de censura a jornalistas em Israel e Cisjordânia por “prejudicarem o moral nacional e a segurança nacional” enquanto reportavam. Há também relatos de assédio e assassinato de familiares desses repórteres.
“Os jornalistas de toda a região estão fazendo grandes sacrifícios para cobrir esse doloroso conflito. Os que estão em Gaza, em particular, pagaram e continuam pagando um preço sem precedentes, e enfrentam ameaças exponenciais. Muitos perderam colegas e familiares e viram seu local de trabalho destruído, fugiram em busca de segurança quando não havia saída segura”, disse Sheriff Mansour, coordenador do programa do CPJ para o Oriente Médio e o norte da África.
O número crescente de mortos ao longo dessas 6 semanas de conflito se compara ao total de jornalistas mortos em todo o mundo apenas no ano de 2022.
É um “apagão de notícias”, continuou Mansour, “ o governo israelita bloqueia a cobertura essencial dos meios de comunicação social para reter informações que salvam vidas em Gaza, a fim de vencer a sua guerra de propaganda ocidental”.
O CPJ também afirma que a letalidade da guerra em Gaza supera em muito os 30 jornalistas mortos no auge da guerra civil na Síria, antes considerada a zona de guerra mais mortal para profissionais do setor.
Desde o início da guerra, em 7 de Outubro, mais de 14.000 mortos foram contabilizados sendo 13.000 mortes em Gaza e na Cisjordânia e 1.200 mortes em Israel.
Por Rodrigo Neves